Eleita pelo PSD-RJ, ela foi afastada do cargo em fevereiro de 2021, mais de um ano e meio depois, portanto, do homicídio. A sentença foi proferida pela juíza Nearis Carvalho Arce, após quase 24 horas do início do último dia de julgamento, no sábado (12), com início às 9h da manhã. Por conta da hora avançada, a juíza fez a leitura somente das condenações. No pedido do recurso, os promotores pedem que a majoração da pena-base fixada para Flordelis seja mais próxima ao máximo para homicídio doloso (30 anos); a deputada foi condenada acima do mínimo legal.
O Conselho de Sentença do Tribunal do Juri de Niterói condenou Flordelis dos Santos à pena de 50 anos e 28 dias de prisão pela morte do pastor Anderson do Carmo, morto em 2019. Apesar da pastora ser réu primária, a sentença considerou “culpabilidade acentuada” dela em “verdadeira e bárbara execução, caracterizando uma demonstração explícita de ódio”. Na decisão é ressaltado que Flordelis tinha ciência da ilicitude da conduta e mesmo assim não se intimidou com a prática do crime, tendo “audácia extremamente reprovável, planejando execução brutal e fria” da vítima.
Abder também disse que os exames médicos de Anderson antes de sua morte refutam a tese que ele teria sido vítima de envenenamento. Flordelis dos Santos foi interrogada neste sábado por cerca de uma hora. A ex-deputada respondeu apenas as perguntas feitas por sua defesa e dos jurados — ela se recusou a ser questionada pelo Ministério Público e pelo assistente de acusação — o que é um direito do réu. Em momentos, respondendo com voz trêmula, a pastora foi perguntada por um jurado se o choro era real.
Flordelis é condenada a 50 anos de prisão pela morte do pastor Anderson
A ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza declarou, em interrogatório realizado ontem no Tribunal do Júri de Niterói (RJ), que os “abusos” cometidos pelo pastor dentro de casa motivaram o assassinato. Foi a primeira vez que ela falou, desde o início do julgamento, na segunda-feira (7/11). A principal linha da defesa foi tentar convencer os jurados de que o crime fora cometido por Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-deputada, como forma de defesa contra supostos sexuais de Carmo contra os irmãos. Na tese, Rodrigues teria tomado a decisão por conta própria, sem mandante. Entre as testemunhas de defesa, duas filhas e duas netas de Flordelis relataram que presenciaram ou sofreram abusos sexuais de Carmo.
Conforme seu advogado, Rodrigo Faucz, teriam ocorrido nulidades na sessão de julgamento, o que poderia gerar a anulação do júri. Um dos jurados chegou a perguntar se o choro era real, e a ex-deputada confirmou que “sim” (veja como foram os outros interrogatórios deste sábado). Flordelis e Simone ouviram a sentença de dentro de uma salinha no próprio plenário, de onde conseguiam ver e ouvir a juíza, mas não podiam ser vistas por outras pessoas que acompanhavam a leitura. Segundo a defesa, ambas não estavam passando bem e, por isso, tiveram esse direito. “Entendemos que foi esse processo que formou uma pressão que levou a este fato dado”, avaliou Janira Rocha, que faz parte da defesa de Flordelis. O inquérito da Polícia Civil concluiu que Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família.
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O pastor controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis, hoje rebatizado de Comunidade Evangélica Cidade do Fogo. Vamos apresentar os recursos contra a absolvição dos demais réus no prazo processual — contou o promotor de Justiça Décio Viegas. Ele não especificou quem seria o “ministro” supostamente citado pela ex-deputada.
Flordelis, 61, está presa desde agosto do ano passado e não quis estar presente na leitura da sentença. Seu namorado, o produtor musical Allan dos Santos, chorou e foi amparado após a condenação, assim como filhos presentes no plenário. “O placar foi bem apertado, não foi unânime a condenação dela”, afirmou o advogado Rodrigo Faucz, que também defende a ex-deputada. — A família está satisfeita com a condenação de Flordelis e Simone.
Em seu depoimento, a pastora afirmou que sofria constantes agressões físicas e sexuais do marido. Ela também foi considerada culpada pela tentativa de homicídio com uso de veneno, falsificação de documento e associação criminosa armada. Além disso, os promotores pedem majoração da pena em 1/6 por cada agravante; o crime foi triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima).
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A defesa de Flordelis estima que, com o tempo mínimo para cumprimento desses trâmites, a juíza pode marcar a sessão em meados de março de 2022. Além da pastora, irão a júri popular junto com ela outros quatro filhos, uma neta, um policial militar e a esposa. Nos primeiros cinco dias de júri, Flordelis passou a maior parte do tempo de cabeça baixa.
Em novembro de 2021, Flávio Rodrigues foi condenado a 33 anos, 2 meses e 20 dias de prisão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada. Flordelis foi condenada no dia 13 de novembro a 50 anos e 28 dias de reclusão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, melhores notícias além de uso de documento falso e associação criminosa armada. Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, foi condenada a 31 anos e 4 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa armada. A ex-deputada Flordelis foi condenada a 50 anos e 28 dias pelo homicídio do pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.